Para aprimorar a qualidade da carne de vaca, alguns agricultores da comuna de Lunel-Viel, uma região no Sul de França estão a alimentar as suas vacas com mais de um litro de vinho tinto por dia. Esta extravagância não é exclusividade dos franceses, pois há muito tempo que os japoneses o fazem com o famoso bife de Kobe.

Este produto de luxo, procurado em todo o Mundo, resulta de um tratamento algo idêntico, só que em vez de vinho, utilizam cerveja e ainda acrescentam um tratamento de massagem ás vacas – um autêntico Spa Nipónico, para tornar essa carne única.

Mas voltando a terras gaulesas, esta pequena localidade com pouco mais de 3 mil habitantes, ambiciona produzir a melhor carne na Europa. Este objectivo levou a que algumas vacas da região fossem inicialmente alimentadas por uma mistura de feno, cevada e uvas. Mas o produtor Jean-Charles Tastavy foi mais longe ao presentear vinho a três das suas vacas, que assim passaram a bebe-lo nas suas refeições diárias.

O seu proprietário explica: “Para cada animal, o álcool devia ser equivalente à quantidade recomendada para o ser humano – dois a três copos de vinho por dia”. Presenteadas com este luxo, as vacas tê-lo-ão ingerido “com prazer”, de acordo com Claude Chaballier, proprietário da quinta onde decorreu a experiência. Laurent Pourcel, um cozinheiro já galardoado com uma estrela Michelin, referiu que a carne oriunda destas vacas “tem uma textura muito especial, linda e tenra, que é caramelizada durante a confecção”.

Alcoolizar vacas é pois a mais recente aposta vinda desta pequena região no Sul de França. Porém, o requinte dado às vacas na sua alimentação torna mais caro o preço a pagar depois à mesa - um bife desta carne custará pelo menos 100 euros. Pessoalmente não me estranha que a carne de vaca, bem como de outros animais fique mais deliciosa quando submetida ao vinho, pois já os nossos Avós colocavam a carne “em vinhos de alhos” uns dias antes de se consumir.

Como diria a minha Avó, “Vai buscar o Vinho filho que o bicho já está morto …”.

Saudacões Vínicas.